sábado, 26 de setembro de 2009

Extra, extra, extra – cientistas “inventam” macaquinho que brilha!

Provavelmente, você já ouviu falar a respeito de algum animal marinho, tipo água-viva que possui a maravilhosa capacidade de brilhar, literalmente. E também, provavelmente, você já ouviu falar de uma coisa chamada engenharia genética (biotecnologia), não?!

Bem, e mais recentemente, você deve ter escutado alguns rumores a respeito de porquinhos, camundongos, gatinhos, cachorrinhos e até macaquinhos que podem brilhar. Sim...mas como assim, animais que brilham???

Vamos associar as coisas - a engenharia genética nos dá a possibilidade de criar alguns organismos modificados, logo, insere-se o gene responsável pela produção da proteína com capacidade de fluorescência das águas-vivas em outro tipo animal e pronto, temos animais que também podem brilhar.

O quê é?

O fator responsável pela fluorescência nestes modelos animais, e alguns bacterianos, os quais não foram supracitados, é uma proteína denominada GFP (Green Fluorescent Protein). Esta proteína é encontrada em uma espécie de água-viva a Aequorea victoria.

A GFP por si só, não brilha, o mecanismo que ocorre (na água-viva), é que quando uma proteína chamada aquorin interage com o íon Ca2+, esta emiti uma luz azul a qual é absorvida pela GFP que “de tabela”, brilha.

Em animais transgênicos, para que o fator de fluorescência ocorra, é necessário inserir o gene da GFP com o gene de uma proteína de interesse, assim, quando a proteína for sintetizada, a GFP também será, e quando expostos à luz ultravioleta, voìla, eles brilham.

Mas qual o motivo?

A partir dessa maravilhosa descoberta, os cientistas obtiveram a capacidade de analisar processos de desenvolvimento celular, propagação do câncer, quando proteínas são feitas e para onde elas se destinam. Isso tudo não se resume apenas a uma mera brincadeira de criação de organismos “bonitinhos”, mas sim, mais uma ferramenta de grande utilidade para a ciência.

Abrindo parênteses rapidamente: a mídia tem veiculado uma grande gama de informações a respeito das GFPs , contudo, o que cabe a mente do leitor leigo é mais a atração ou aversão (rs), em relação aos animais que têm a capacidade de emitir “seu brilho” quando expostos à luz ultravioleta, e isso tem gerado ações de ativistas contra a bela e maravilhosa ciência.

Nobel Prize

Não é para menos que, os principais estudiosos dessa proteína (Osamu Shinomura, Martin Chalfie e Roger Tsien) tenham sido contemplados com 8 milhões de coroas suecas na área da química e um enorme prestígio em ganhar este prêmio tão sonhado por centenas, senão milhares de cientistas ao redor do mundo no ano passado (2008).

Caros amigos e leitores, em síntese: quero ganhar o prêmio Nobel com uma descoberta revolucionária; quero que ativistas se informem mais antes de abrirem suas boquinhas; e por fim, quero um macaquinho fluorescente para brincar na minha sala com luz UV aos finais de semana, quando estiver ausente do lab e da facul.

Abraços a todos.

sábado, 19 de setembro de 2009

“Bate papo bacteriano” através de mecanismos moleculares

Pois é, mais uma vez a nossa “amigona” biologia molecular nos ajudando a elucidar alguns mistérios.

Há alguns meses, um vídeo no Ted ideas mostra um impressionante mecanismo pelo qual bactérias “conversam entre si”. Eu, particularmente, dispenso comentários, só peço que gastem 18 minutos da suas vidas (que valem muito a pena), assistindo está maravilhosa aula da professora de biologia molecular em Princeton, Bonnie Basler. (com legenda para 15 línguas, inclusive o nosso “brasileiro...rsss”)