segunda-feira, 22 de março de 2010

Chemical Party

Meus caros, se liguem nesse vídeo. Muito engraçado e em contrapartida, educativo.

domingo, 21 de março de 2010

Sobre Além de Darwin

Era uma vez, há algum tempo atrás, não muito tempo assim se pensarmos em termos evolutivos – eu diria apenas uns 150 anos atrás (viu como não é muito tempo assim) um homem chamado Charles Robert Darwin –, naturalista, e enfatizo, naturalista de primeira heim! Responsável por postular uma das teorias de maior impacto na biologia, sabe, daquelas que muda a vida das pessoas e em conseqüência dela diversas coisas são elucidadas?! Sim, ela mesma, a seleção natural.

Bem, eu particularmente tenho uma experiência com a biologia evolutiva, que diga-se de passagem, é quase nula. Contudo, existem pessoas que possuem muito mais conhecimento e tem prazer em repassa-lo, e ainda, o fazem muito bem. Esse é o caso de Reinaldo José Lopes, autor do livro Além de Darwin.

O livro em si é curto, daqueles de dar água na boca e desejar uma segunda edição, como algo do tipo: “Além de Darwin 2, Além de Darwin o Retorno...etc.rss..”. O livro explana ao nobre leitor (forma como Reinaldo gosta de se referir ao apreciador da obra) de forma muito sucinta e sem linguagem rebuscada o que torna a obra agradável a gregos e baianos (o termo usado não é nenhum tipo de preconceito, apenas denota culturas diferentes).

Três temas que me interessaram demasiadamente neste livro foram: Invasores de corpos, Legolândia, e Desinteligência. Em um desses, Legolândia a saber, é impressionante como o autor consegue de forma inacreditavelmente simples explicar o conceito dos genes Hox:

“A elegância dos genes Hox é que eles não especificam exatamente o que é ‘construído’ pelo montador de Lego chamado desenvolvimento embrionário, mas sim onde cada coisa é construída.”

Esse livro, de fato, baseado em diversas publicações científicas e fontes de extrema confiança, inclusive conversas com os próprios autores de algumas descobertas fantásticas (a saber, Reinaldo é jornalista e atuou em diversos meios de comunicação do nicho científico, como a Scientific American Brasil, por exemplo) recomendo a todos que tenham em suas estantes.

Meus caros amigos, posso vos dizer que para quem é apaixonado por ciência (sim, me incluo nesse meio) é um verdadeiro prato cheio, que apresenta uma visão maravilhosa sobre o tema da evolução sem agressão a nenhum tipo de credo, o que por vezes ocorre quando alguns evolucionistas (sem generalizar) resolvem expor suas opiniões.

Só para finalizar: LEIAM!

Abraços a todos.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Atlas de proteínas humanas

Fazendo um puxadinho do post anterior, digo, em relação a apresentação de algumas ferramentas web-based que podem ser muito úteis no nosso dia-a-dia, hoje portanto, falarei um pouquinho de mais uma que achei sensacional.

Lembro-me que no colégio tinha aversão em usar aquele livro com vários mapas geográficos que nos anunciavam parâmetros políticos, climáticos, tipo de vegetação, sim ele mesmo, o atlas; lembram-se daquelas letras miudinhas -, terrivelmente medonhas, não?!

Nos dias atuais, graças a Deus me vejo livre desse tipo de coisa geográfica – não me pertence mais –, mas uma coisa é certa, ainda não me livrei dos fascículos com fotos explicativas anexas a obras científicas, sim, eles mesmos os atlas, e digo mais, diversos deles: anatomia, histologia, microbiologia, e agora, proteínas.

Mas como assim, atlas de proteínas, soa um pouco estranho, não?!

Quem aqui consegue tirar uma fotinho de uma dessas moléculas e colocar em um livro ou banco de dados, heim heim heim??? Bem, já vou lhes explicar meus caros amigos.

HPR (Human Protein Resource)

Certo dia em uma das minhas navegadas científicas na web, me deparei com uma ferramenta que achei bem legal, é o Atlas de Proteínas Humanas. Como disse acima, irei explicar para vocês!

Este atlas é basicamente um banco de dados que permite a exploração sistemática do proteoma humano usando antibody-based proteomics(proteoma baseado em anticorpos, em tradução livre), logo é possível visualizar a expressão das proteínas nos mais diversos tecidos, tanto em estado normal quanto em tecidos com câncer. A “visualização” destas proteínas são feitas utilizado-se de métodos imunohistoquímicos, imunoflorescência microscopia confocal, westernblot, e protein array.

Um breve preview

Na página inicial, temos logo de cara uma barra de busca, esta barra é de texto livre onde podemos simplesmente escrever o nome de uma proteína desejada e esperar o resultado.



Logo abaixo desta barra de buscas, podemos verificar também a possibilidade de busca por cromossomos humanos, ainda mais, temos as opções de buscas avançada e por classe de proteína. Ao efetuar uma busca, a página resultante nos fornece uma listagem com dados tais como: nome do gene que codifica a proteína, descrição da proteína, cromossomo, links (para outras bases), classe, ID do anticorpo que se liga a esta proteína, e os tipos de validações efetuadas para comprovação dos dados.


Lógico que puxando a sardinha para o meu lado, realizei uma breve busca para a proteína CD2AP, que em linhas gerais é uma proteína responsável por ancorar a fenda diafragmática dos podócitos no citoesqueleto de actina do glomérulo renal. Mas a despeito do que é e o que faz esta proteína, o que desejo enfatizar aqui é a parte dos anticorpos(antibody ID). Ao clicar em um dos anticorpos listados na coluna você tem um perfil de expressão da proteína com base na ligação com aquele anticorpo nos mais diversos tecidos, tanto normais quanto cancerosos. Ainda é possível analisar expressão da proteína em linhagens celulares demonstradas por Imunuohistoquímica, Imunoflorescência, diagramas de expressão celular e muito mais.


Sugiro que acessem e conheçam essa ferramenta interessantíssima, pois digo-vos que realmente vale a pena.

O link para acesso é: http://www.proteinatlas.org

Abraços a todos.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O Advento da (bio)informática na nossa vida de cientista.

Quem se lembra como eram feitas as pesquisas em revistas científicas no passado, ou ainda, como era restrito aos seletos grupos o conhecimento de alto nível?! Pois é, como diria o Dr Pedro – amigo meu da faculdade. A respeito da primeira, digo-vos que não me lembro, só conheço por relatos, a segunda, vi meu irmão passar ainda quando eu era pequeno.

A professora do curso de citogenética que fiz contava para a classe como as coisas andavam a passos de tartaruga no passado, e sempre gostava de fazer analogia com tudo aquilo que dispomos nos dias atuais, sempre visando a facilidade no acesso de conteúdo dos mais diversos nichos científicos.

O importante de tudo isso é que com o advento da world wide web – a famosa internet – muitas barreiras foram quebradas, e hoje, coisas como pesquisas bibliográficas e até mesmo algumas aulas de altíssimo nível, podem ser encontrados na rede.

Bem meus caros amigos, lógico que esse larárá todo não foi só para falar do passado e do presente, né?! Mas sim para lhes apresentar duas ferramentas interessantíssimas que podem estar ao nosso alcance em apenas alguns clicks.

HHMI

O HHMI (Howard Hughes Medical Institute), é uma instituição filantrópica de grande porte nos Estados Unidos que tem por meta o apoio e financiamento de pesquisas biomédicas e educação em ciência. No site do instituto é possível encontrar uma página totalmente voltada ao ensino em ciência contendo vídeos, animações, palestras, aulas interativas, laboratórios virtuais etc...e ainda, todo esse conteúdo é de extrema qualidade. O link é esse: http://www.hhmi.org/coolscience.

Pathway Interaction Database

Humm....essa sou suspeito para falar. A despeito de meu amor reprimido pela informática (já fui programador um dia, hoje sou aspirante a cientista biomédico..rss), devo concordar com as maravilhas que a informática aplicada à biologia nos fornece.

O PID (Pathway Interaction Database) fornece um amplo espectro de informações muito bem estruturadas a respeito de interações biomoleculares e importantes processos celulares na forma de vias de sinalização. Este é uma colaboração entre o U.S National Cancer Institute e o Nature Publishing Group. Vale muitíssimo a pena conferir amigos, o link é o seguinte: http://pid.nci.nih.gov/index.shtml.

Bem prezados, por hoje é só, digo-vos que tentarei voltar a escrever mais periodicamente.

Abraços a todos.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Os meus rastros de carbono por aí.

É difícil compreender o tempo, sabe?!

Quando digo o tempo, não digo o tempo horas, minutos, segundos – mas sim, o clima!

Ninguém consegue prever ao certo se vai chover, fazer sol, frio ou calor, ainda mais nos dias de hoje, ainda mais em São Paulo -, nem mesmo os meteorologistas conseguem entrar em consenso.

Isto tudo, na verdade, é uma resultante da atitude de todos nós que em milhares de anos temos deixado nossos “rastrinhos” de carbono por aí. Ainda mais, de uma centena de anos para cá, com o advento da industrialização, temos aumentado significativamente a nossa quantidade de carbono emitida na atmosfera, contribuindo, assim, de forma extremamente significante para o famoso efeito estufa, ou aquecimento global.

Socorro, estamos virando uma estufa no sistema solar, alguém faça algo!

Todos nós, ou boa parte de nós, sabemos dos efeitos deletérios e derretérios(sacou a piadinha???...afff...rs) que essa mudança climática maluca pode causar, e está causando pouco a pouco. Entretanto, existem pessoas extremamente preocupadas com os fatores causadores desta instabilidade e com o resultado obtido.

Estes seres, dotados de boa vontade para com o meio ambiente, realmente fazem alguma coisa e estimulam os outros a fazerem (aproveito o momento para expressar minha admiração por estas pessoas), mostrando como algumas simples ações podem contribuir para a melhora desta descompensação climática, que infelizmente já tem atingido grandes proporções.

Estou em débito com planeta, me desculpem!

Bem, prezados leitores, não posso omitir que muitas das vezes expresso certo descaso com toda esta situação. Sinto-me um pecador, gerando diversos malefícios e contribuindo para o aquecimento global, mas tenham certeza que, de quando em quando procuro remissão, tentando, assim como nossos amigos citados acima, mostrar boa vontade para com o meio ambiente.

Espero, por mim mesmo, a partir deste post, começar a tomar mais “green atitudes”, e contribuir em maior escala para o bem de nós todos, e creio que posso começar agora, lavando e reutilizando o copinho plástico de café que se encontra ao meu lado esquerdo enquanto termino este post.

Abraços a todos.

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Este post faz parte do Blog Action Day '09

sábado, 26 de setembro de 2009

Extra, extra, extra – cientistas “inventam” macaquinho que brilha!

Provavelmente, você já ouviu falar a respeito de algum animal marinho, tipo água-viva que possui a maravilhosa capacidade de brilhar, literalmente. E também, provavelmente, você já ouviu falar de uma coisa chamada engenharia genética (biotecnologia), não?!

Bem, e mais recentemente, você deve ter escutado alguns rumores a respeito de porquinhos, camundongos, gatinhos, cachorrinhos e até macaquinhos que podem brilhar. Sim...mas como assim, animais que brilham???

Vamos associar as coisas - a engenharia genética nos dá a possibilidade de criar alguns organismos modificados, logo, insere-se o gene responsável pela produção da proteína com capacidade de fluorescência das águas-vivas em outro tipo animal e pronto, temos animais que também podem brilhar.

O quê é?

O fator responsável pela fluorescência nestes modelos animais, e alguns bacterianos, os quais não foram supracitados, é uma proteína denominada GFP (Green Fluorescent Protein). Esta proteína é encontrada em uma espécie de água-viva a Aequorea victoria.

A GFP por si só, não brilha, o mecanismo que ocorre (na água-viva), é que quando uma proteína chamada aquorin interage com o íon Ca2+, esta emiti uma luz azul a qual é absorvida pela GFP que “de tabela”, brilha.

Em animais transgênicos, para que o fator de fluorescência ocorra, é necessário inserir o gene da GFP com o gene de uma proteína de interesse, assim, quando a proteína for sintetizada, a GFP também será, e quando expostos à luz ultravioleta, voìla, eles brilham.

Mas qual o motivo?

A partir dessa maravilhosa descoberta, os cientistas obtiveram a capacidade de analisar processos de desenvolvimento celular, propagação do câncer, quando proteínas são feitas e para onde elas se destinam. Isso tudo não se resume apenas a uma mera brincadeira de criação de organismos “bonitinhos”, mas sim, mais uma ferramenta de grande utilidade para a ciência.

Abrindo parênteses rapidamente: a mídia tem veiculado uma grande gama de informações a respeito das GFPs , contudo, o que cabe a mente do leitor leigo é mais a atração ou aversão (rs), em relação aos animais que têm a capacidade de emitir “seu brilho” quando expostos à luz ultravioleta, e isso tem gerado ações de ativistas contra a bela e maravilhosa ciência.

Nobel Prize

Não é para menos que, os principais estudiosos dessa proteína (Osamu Shinomura, Martin Chalfie e Roger Tsien) tenham sido contemplados com 8 milhões de coroas suecas na área da química e um enorme prestígio em ganhar este prêmio tão sonhado por centenas, senão milhares de cientistas ao redor do mundo no ano passado (2008).

Caros amigos e leitores, em síntese: quero ganhar o prêmio Nobel com uma descoberta revolucionária; quero que ativistas se informem mais antes de abrirem suas boquinhas; e por fim, quero um macaquinho fluorescente para brincar na minha sala com luz UV aos finais de semana, quando estiver ausente do lab e da facul.

Abraços a todos.

sábado, 19 de setembro de 2009

“Bate papo bacteriano” através de mecanismos moleculares

Pois é, mais uma vez a nossa “amigona” biologia molecular nos ajudando a elucidar alguns mistérios.

Há alguns meses, um vídeo no Ted ideas mostra um impressionante mecanismo pelo qual bactérias “conversam entre si”. Eu, particularmente, dispenso comentários, só peço que gastem 18 minutos da suas vidas (que valem muito a pena), assistindo está maravilhosa aula da professora de biologia molecular em Princeton, Bonnie Basler. (com legenda para 15 línguas, inclusive o nosso “brasileiro...rsss”)